sábado, 2 de abril de 2016

Dia de Conscientização do Autismo

02 04  Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Neste sábado, 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data, estabelecida em 2007, tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo distúrbio.
O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. O autista olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de comunicação e interação com a sociedade. Muitos pacientes apresentam comportamento agressivo, agitado e isso exige cuidado e dedicação permanente.

Após o diagnóstico, os pacientes devem fazer uma série de tratamentos e habilitação/reabilitação para estimulação das consequências que o autismo implica, como dificuldade no desenvolvimento da linguagem, interações sociais e capacidades funcionais. Essas características demandam cuidados específicos e singulares de acompanhamento ao longo das diferentes fases da vida. O atendimento do autismo na rede pública pode ser realizado nas mais de 40 mil Unidades Básicas de Saúde e também em um dos 102 Centros Especializados em Reabilitação habilitados pelo Ministério da Saúde.
“Estamos trabalhando com muita intensidade nesta agenda desde 2012, com o plano Viver sem Limites. As diversas áreas técnicas envolvidas elaboraram um processo para formação de diretrizes e políticas claras de atendimento a estas famílias”, conta a coordenadora geral de Saúde da Pessoa com Deficiência, do Ministério da Saúde, Vera Mendes. Ela conta que o desafio agora, em toda a rede SUS, é qualificar e melhorar a identificação precoce dessas crianças. “Quanto mais cedo houver intervenção, melhor será a resposta aos tratamentos e amplia a probabilidade deles virem a serem adolescentes e adultos muito mais participativos, funcionais, no sentido de desenvolver suas ações cotidianas”, diz Vera.
Não há medicamentos específicos para o autismo. Porém, fármacos podem ser receitados para sinais associados, como hiperatividade, agressividade e até epilepsia. Em todos os casos, o paciente deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar para tratá-lo como um todo, em todas as facetas da manifestação.
Para melhorar a qualidade de vida de pessoas com autismo foi publicado hoje (1º/04), no Diário Oficial da União, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo. O protocolo inclui, entre outas ações, a prescrição do medicamento risperidona. “Fizemos um trabalho grande para entender como a risperidona pode ajudar no tratamento dessas crianças. O uso de qualquer medicação tem de ser feito de modo muito responsável. Ele pode ajudar a amenizar sintomas de irritabilidade, hiperatividade excessiva, de auto- agressividade para que a família e a própria pessoa possam administrar as atividades diárias. Mas ela precisa estar sempre associada a um cuidado integral para que se tenha o melhor efeito possível.
“A medicação existia no SUS, mas não estava disponível para pacientes com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Por isso, lançamos uma diretriz nacional para que os profissionais façam isso de modo correto”, explica Vera. A estimativa é de que o tratamento beneficie cerca de 19 mil pacientes por ano.
A enfermeira aposentada Margareth Spahir pode ser considerada uma especialista na prática de autismo. Mãe de três meninos, os filhos foram diagnosticados em espectros diferentes do distúrbio. “O mais velho, Daniel, 27 anos, foi diagnosticado com autismo com 19 anos. Até então, ele tinha Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Quando começou a ter muita dificuldade no ensino médio e na faculdade para se relacionar e cumprir tarefas com assiduidade, investigamos melhor. Já o Leonardo tem 24 anos e uma forma leve do autismo. Ele possui problemas de relação interpessoal, mas consegue ter uma vida normal, estudar, dirigir e é muito inteligente. Ele tem melhorado muito com o passar dos anos, mas é uma superação diária. Já o Pedro de 23 anos é um autista clássico, com todas as estereotipias de um autista”, conta.
Apesar de graus diferentes de manifestação, os três filhos de Margareth apresentam alguns dos sintomas mais comuns no autismo, que são a dificuldade de comunicação e em interações sociais, interesses obsessivos e comportamentos repetitivos.
Vera autistaMargareth e os filhos Foto: Rogério Araújo
Nos últimos anos, a conscientização sobre o autismo aumentou muito, mas há 15 anos, quando Margareth começou a pesquisar sobre o distúrbio, não havia uma muita informação. “Falar de autismo antigamente era muito diferente. Não havia uma noção do que era. E esse é o nosso objetivo com a data, informar ainda mais. Mostrar que as pessoas existem e que elas precisam de um espaço dentro da sociedade e serem respeitadas”, explica.
Para auxiliar a identificação precoce do autismo em crianças, o Ministério da Saúde possui a Diretriz de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). A cartilha trouxe pela primeira vez uma tabela com indicadores do desenvolvimento infantil e sinais de alerta para que médicos do Sistema Único de Saúde possam entender e diagnosticar melhor o distúrbio.
Após o diagnóstico, os pacientes devem fazer uma série de tratamentos e habilitação/reabilitação para estimulação das consequências que o autismo implica, como dificuldade no desenvolvimento da linguagem, interações sociais e capacidades funcionais. Estas características demandam cuidados específicos e singulares de acompanhamento ao longo das diferentes fases da vida. O atendimento do autismo na rede pública, pode ser realizado nas mais de 40 mil Unidades Básicas de Saúde e também em um dos 102 Centros Especializados em Reabilitação habilitados pelo Ministério da Saúde.
A coordenadora de Saúde das Pessoas com Deficiência do Ministério da Saúde, Vera Mendes, explica as ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde nos últimos anos. “Estamos trabalhando com muita intensidade nesta agenda desde 2012, com o plano Viver sem Limites. As diversas áreas técnicas envolvidas elaboraram um processo para formação de diretrizes e políticas claras de atendimento a estas famílias. A nossa tarefa e de toda a rede SUS, é de qualificar e melhorar a identificação precoce dessas crianças. Quanto mais cedo houver intervenção, melhor é a resposta aos tratamentos e aumenta a probabilidade deles virem a serem adolescentes e adultos muito mais participativos, funcionais, no sentido de desenvolver suas ações cotidianas”, conta.
Não há medicamentos específicos para o autismo. Porém, fármacos podem ser receitados para sinais associados, como hiperatividade, agressividade e até epilepsia. Em todos os casos, o paciente deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar para tratá-lo como um todo, em todas as facetas da manifestação.
Para melhorar a qualidade de vida de pessoas com autismo foi publicado hoje no Diário Oficial o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo. O protocolo inclui, entre outas ações, a prescrição do medicamento risperidona. “Fizemos um trabalho grande para entender como a risperidona pode ajudar no tratamento destas crianças. O uso de qualquer medicação tem de ser feito de modo muito responsável. Ele pode ajudar a ameniza sintomas de irritabilidade, hiperatividade excessiva, de auto agressividade para que a família e a própria pessoa possam administrar as atividades diárias. Mas ela precisa estar sempre associada a um cuidado integral para que se tenha o melhor efeito possível. Essa medicação já existia no SUS, mas não estava disponível para pessoas no espectro do autismo. Por isso, lançamos uma diretriz nacional para que os profissionais façam isso de modo correto”, explica Vera. A estimativa é de que o tratamento beneficie cerca de 19 mil pacientes por ano.
Alguns sinais podem indicar um possível autismo ainda nos primeiros anos de vida. Os pais podem ficar atentos e procurar uma unidade de saúde caso note a ocorrência. A estimulação precoce e fundamental para o desenvolvimento.
Motores
• Movimentos motores estereotipados: flapping (sacudir) de mãos, “espremer-se”, correr de um lado para o outro, entre outros movimentos. 
• Ações atípicas repetitivas: alinhar/empilhar brinquedos de forma rígida; observar objetos aproximando-se muito deles; prestar atenção exagerada a certos detalhes de um brinquedo; demonstrar obsessão por determinados objetos em movimento (ventiladores, máquinas de lavar roupas etc.). 
• Dissimetrias na motricidade, tais como: maior movimentação dos membros de um lado do corpo; dificuldades de rolamento na idade esperada; movimentos corporais em bloco e não suaves e distribuídos pelo eixo corporal; dificuldade, assimetria ou exagero em retornar os membros superiores à linha média; dificuldade de virar o pescoço e a cabeça na direção de quem chama a criança.
Sensoriais 
• Hábito de cheirar e/ou lamber objetos. 
• Sensibilidade exagerada a determinados sons (como os do liquidificador, do secador de cabelos etc.), reagindo a eles de forma exacerbada.
• Insistência visual em objetos que têm luzes que piscam e/ou emitem barulhos, bem como nas partes que giram (ventiladores, máquinas etc.). 
• Insistência tátil: as crianças podem permanecer por muito tempo passando a mão sobre uma determinada textura. 5.3 Rotinas
• Tendência a rotinas ritualizadas e rígidas. 
• Dificuldade importante na modificação da alimentação. Algumas crianças, por exemplo, só bebem algo se utilizarem sempre o mesmo copo. Outras, para se alimentarem, exigem que os alimentos estejam dispostos no prato sempre da mesma forma. Certas crianças com TEA se sentam sempre no mesmo lugar, assistem apenas a um mesmo DVD e colocam as coisas sempre no mesmo lugar. Qualquer mudança de sua rotina pode desencadear acentuadas crises de choro, grito ou intensa manifestação de desagrado. 
Fala 
• Algumas crianças com TEA repetem palavras que acabaram de ouvir (ecolalia imediata). Outras podem emitir falas ou slogans e vinhetas que ouviram na televisão sem sentido contextual (ecolalia tardia). Pela repetição da fala do outro, não operam a modificação no uso de pronomes. 
• Podem apresentar características peculiares na entonação e no volume da voz. 
• A perda de habilidades previamente adquiridas deve ser sempre encarada como sinal de importância. Algumas crianças com TEA deixam de falar e perdem certas habilidades sociais já adquiridas por volta dos 12 aos 24 meses. A perda pode ser gradual ou aparentemente súbita. Caso isso seja observado em uma criança, ao lado de outros possíveis sinais, a hipótese de um TEA deve ser aventada, sem, no entanto, excluir outras possibilidades diagnósticas (por exemplo: doenças progressivas)
Aspecto emocional 
• Expressividade emocional menos frequente e mais limitada. 
• Dificuldade de se aninhar no colo dos cuidadores. 
• Extrema passividade no contato corporal. 
• Extrema sensibilidade em momentos de desconforto (por exemplo: dor). 
• Dificuldade de encontrar formas de expressar as diferentes preferências e vontades e de responder às tentativas dos adultos de compreendê-las (quando a busca de compreensão está presente na atitude dos adultos).
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde

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