O secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, entregou ao Rio de Janeiro nesta terça-feira, dia 27 de dezembro, o primeiro tomógrafo para obesos de até 320 kg de todo o Brasil – incluindo as redes pública e privada de saúde. Com investimento de R$ 1,59 milhão e garantia total de três anos, o novo equipamento tem 64 canais e também pode realizar exames de coração, com análise da artéria coronária, garantindo, assim, o atendimento de duas demandas. O equipamento está instalado no Hospital Estadual Carlos Chagas, que passou por obras de adaptação - tanto na rede física quanto na elétrica - para receber o novo tomógrafo. A expectativa é que sejam realizados até 2 mil exames por mês neste novo tomógrafo.
Apenas o Rio Imagem – novo Centro de Diagnóstico por Imagem do Governo do Estado do Rio de Janeiro, inaugurado no início de dezembro - possui outro tomógrafo de 64 canais na rede pública de saúde.
De última geração, o tomógrafo tem capacidade para realizar exames em pacientes de até 320 kg, pois possui mesa de fibra de carbono e um diâmetro de passagem no tubo 10 cm maior que os tomógrafos convencionais. Até então, pacientes com excesso de peso só realizavam exames de tomografia utilizando um equipamento veterinário.
Programa Obesidade - A cirurgia bariátrica,mais conhecida como cirurgia de redução de estômago, tem possibilitado mais saúde e qualidade de vida para um número cada vez maior de pacientes. Isso por conta do Programa de Cirurgia Bariátrica da Secretaria de Estado de Saúde, que foi implantado em dezembro de 2010 e já operou 216 pacientes desde então. O responsável pelo programa é o médico Cid Pitombo, mestre e doutor em cirurgia e membro do Comitê de Educação Continuada da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e também membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Em 2010, por exemplo, foram feitos em todo estado do Rio de Janeiro apenas 16 cirurgias bariátricas. O crescimento entre 2010 e 2011 é de mais de 1.200%, atendendo pacientes moradores de 30 municípios do estado.
- Em 2009, o Estado do Rio de Janeiro era um dos últimos colocados na estatística do SUS em cirurgias bariátricas realizadas. Em 2011, essa realidade mudou. Em 12 meses, o Rio realizou mais cirurgias que nos últimos dez anos e, agora, presenteia o Programa com o mais moderno e mais adequado produtor de imagens que um obeso necessita em seu tratamento. Um exame completo pode ser realizado em somente 14 segundos. É o Estado cumprindo o seu maior papel: cuidar igualitariamente de todos que necessitam atendimento – destacou Cid Pitombo.
Experiente, Cid Pitombo realizou mais de mil cirurgias com a técnica de videolaparoscopia no Brasil e em países como México, Índia, Costa Rica e outros. Para o Programa estadual, o médico montou uma equipe multidisciplinar de 20 profissionais - entre eles médico cirurgião e assistente, anestesista, nutrólogo, endocrinologista, nutricionista, fisioterapeuta, instrumentador e enfermeiro. A capacidade do Programa é de realizar 20 cirurgias por mês e elas estão sendo realizadas no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
Cirurgia sem fila de espera - Para se candidatar a uma cirurgia bariátrica no Programa do Estado, o paciente deve procurar um atendimento ambulatorial mais próximo de sua casa para que um médico faça uma primeira avaliação se a cirurgia é necessária ou não. Se a operação for indicada, o médico solicita uma segunda avaliação para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado, que encaminha o pedido de forma online ao Hospital Estadual Carlos Chagas. O paciente é contatado e tem uma consulta de avaliação marcada. E, importante, não há fila de espera.
O paciente que tiver Índice de Massa Corpórea dentro do indicado (maior que 40kg/m² ou maior que 35kg/m² quando associado a fatores de comorbidade, como hipertensão e diabetes, entre outros), que preencham os pré-requisitos do Ministério da Saúde e não tiverem doenças graves associadas são avaliados, preparados e operados. A equipe do médico Cid Pitombo também acompanha todo o pós-operatório especializado, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica pelo cirurgião.
Vantagens da metodologia - Segundo o cirurgião Cid Pitombo, o Rio de Janeiro tem o primeiro programa com a totalidade das cirurgias feitas exclusivamente por videolaparoscopia. A utilização da técnica apresenta diversas vantagens na comparação com as técnicas convencionais: reduz o tempo de cirurgia e anestesia; menor incidência de complicações imediatas ou no pós-operatório; retorno mais rápido às atividades cotidianas e ao trabalho e resultado estético superior aos das técnicas convencionais. Além disso, a técnica - feita através de pequenos furos, nos quais são introduzidos uma microcâmera e micropinças - apresenta menos de 1% de mortalidade em grupos operados.
A diferença para quem se submeteu a uma cirurgia bariátrica - Uma das primeiras pacientes a ser operada pelo programa, a administradora Fernanda Wanick, de 33 anos, já perdeu 42 dos 119 quilos que tinha ao ser submetida à cirurgia bariátrica. Ela conta que aguardou apenas dois meses para ser operada, tempo muito menor do que ela imaginava. “Foi muito rápido. Eu estava confiante de que seria operada, mas não pensei que seria tão rápido”, revelou Fernanda.
A administradora acrescentou que está sendo muito bem atendida pela equipe e que recomenda às pessoas que tenham obesidade mórbida que recorram ao programa da Secretaria de Estado da Saúde. “Quando tenho qualquer dúvida, ligo para os cirurgiões, para a nutricionista e recebo orientações imediatas. Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida e recomendo para todo mundo. Sempre que vejo uma pessoa obesa, tenho vontade de parar essa pessoa na rua e falar para ela do programa”, destacou Fernanda.
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